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Férias coletivas e escalas no final do ano: como evitar riscos trabalhistas

Equilibrar produtividade, descanso dos funcionários e garantir que suas práticas estejam em conformidade com a legislação trabalhista é o grande ideal de RH

O final do ano é a tradicional época de recessos e a organização disso é um desafio para qualquer empresa, independentemente do porte dela. Equilibrar produtividade, descanso dos funcionários e garantir que suas práticas estejam em conformidade com a legislação trabalhista é o grande ideal de RH.

Silvia Monteiro, sócia e especialista em direito do trabalho do Urbano Vitalino Advogados, aponta que o primeiro passo para evitar riscos trabalhistas é compreender e cumprir as regras previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

“Tanto as férias coletivas quanto as escalas de trabalho possuem regras específicas e claras previstas pela CLT. É crucial ter conhecimento delas antes de tomar as decisões”, diz a advogada.

Férias coletivas: o que é e como proceder corretamente

Férias coletivas são um período de descanso remunerado concedido a todos os empregados de uma empresa ou a um setor específico.

A especialista orienta que uma das maneiras para evitar conflitos dentro da empresa é comunicar o sindicato da categoria e o Ministério do Trabalho com, no mínimo, 15 dias de antecedência. Além disso, é obrigatório informar os empregados por escrito.

Além disso, as férias coletivas podem ser divididas em até dois períodos no ano, sendo que nenhum pode ser inferior a 10 dias corridos.

Quem pode participar? As férias coletivas podem ser aplicadas a todos os empregados ou apenas a determinados setores da empresa. No entanto, empregados com menos de um ano de trabalho devem ter as férias proporcionalmente ajustadas.

Escalas de trabalho: atenção redobrada com feriados

Escalas de trabalho é outra forma muito adotada nesta época do ano. Neste sistema, o setor de RH de uma empresa organiza ou orienta os setores quem pode tirar os dias de folga e em qual período.

Para evitar transtornos, é importante saber que os funcionários convocados para trabalhar em feriados, como o Natal e o Ano Novo, têm direito ao pagamento em dobro, salvo se houver compensação com folga em outro dia.

As empresas podem adotar escalas diferenciadas por meio de acordo com os colaboradores, mas é fundamental que essas condições estejam formalizadas

E, novamente, divulgar a escala com antecedência é essencial para evitar confusões ou reclamações.

Como compensar as horas de folga?

Existem duas formas de compensar as horas que os funcionários não trabalharam:

Banco de horas: Empresas que utilizam banco de horas devem garantir que as compensações sejam realizadas dentro do prazo estabelecido, que pode variar de acordo com acordos coletivos.

Jornada intermitente: Em atividades que utilizam contratos intermitentes, o pagamento deve ser proporcional às horas trabalhadas, incluindo adicionais de férias e 13º salário.

Como orientar aqueles funcionários que não pode ter folga nesta época?

Infelizmente, nem todas as profissões podem ter um dia ou dias de folgas para aproveitar as festas de final de ano.

“Para setores que não podem parar, como saúde, logística e varejo, é essencial manter um canal aberto de comunicação com os funcionários, explicando a necessidade da escala e as contrapartidas oferecidas”, afirma Silvia.

Outra sugestão da advogada é criar uma política que permita o revezamento justo entre os colaboradores. “Isso ajuda a evitar descontentamentos”, diz.

Dicas bônus

  1. Reforce o conhecimento sobre as leis: Garanta que o setor de Recursos Humanos esteja atualizado sobre as regras trabalhistas aplicáveis.
  2. Documente tudo: Registre acordos e comunicações internas para ter respaldo em caso de questionamentos futuros.
  3. Considere o impacto operacional: Planeje férias coletivas e escalas de forma a garantir a continuidade das operações sem sobrecarregar os funcionários.
  4. Revise políticas internas: Certifique-se de que políticas de banco de horas, compensação e escalas estejam claras e atualizadas.
  5. Treine lideranças: Supervisores e gestores devem estar cientes das melhores práticas para lidar com a equipe durante períodos críticos.
  6. Implemente soluções tecnológicas: Ferramentas de gestão de escalas e bancos de horas podem facilitar o planejamento e a transparência.

Além de atender às exigências legais, esse período pode ser uma chance para fortalecer o relacionamento com os colaboradores. Boas práticas, como oferecer benefícios extras para quem trabalha no feriado ou proporcionar horários flexíveis, ajudam a criar um ambiente mais cooperativo.